Em breve: O Inaudito Entrevista

Usar animais em pesquisas científicas é um tema polêmico. Hoje em dia ainda é necessário - e válido - matar camundongos, cachorros e macacos para tentar salvar vidas humanas? Seriam eles sadicamente torturados durante estes procedimentos, como vídeos ambientalistas tentam mostrar? Pode a humanidade sobreviver abdicando o uso de vidas animais?

A equipe d'O Inaudito sentou com a pesquisadora Ana Maria Guaraldo, do Departamento de Biologia Animal da Unicamp e presidente da Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade para uma conversa surpreendente, na qual grandes tabus sobre o tema são sistematicamente questionados. 

A primeira entrevista de O Inaudito estará em breve aqui no site. 

Novo estudo indica não haver relação entre uso de celular e desenvolvimento de câncer no cérebro

UMA NOVA PESQUISA REALIZADA POR CIENTISTAS DINAMARQUESES INDICA QUE O USO DE CELULARES NÃO CAUSA CÂNCER NO CÉREBRO, PORÉM EFEITOS DE LONGO PRAZO NÃO FORAM ANALISADOS E ESTUDOS ADICIONAIS SÃO NECESSÁRIOS

Os resultados do maior estudo já realizado sobre uso de celular e desenvolvimento de câncer no cérebro foram divulgados este mês e, após pesquisa com mais de 350 mil pessoas, os cientistas dinamarqueses responsáveis concluíram que não há correlação entre a radiação emitida pelo aparelho e a doença. Entretanto, há menos de seis meses, a Organização Mundial de Saúde havia concluído que celulares são possivelmente carcinogênicos. Críticos sugerem que o novo estudo não examinou os riscos a longo prazo, pois tumores cerebrais podem demorar décadas para se desenvolver.

Segundo o Dr. Mark Siegel, professor associado de medicina da Universidade de Nova Iorque (NYU), “o estudo foi realizado apenas por meio de observações e, independente de seu tamanho, ele não prova causa e efeito. Em outras palavras, não se está pegando um grupo de pessoas que usam celular e outro que não usa para comparar a incidência de câncer entre eles”.


O uso de celulares aumentou significativamente nos últimos anos, enquanto a incidência de tumores cerebrais não. Apesar do forte argumento, efeitos de longo prazo ainda não foram analisados. Na década de 30, por exemplo, diversas pesquisas indicavam que fumar cigarros não causava câncer, e na década seguinte novos estudos comprovaram o contrário.

“O tipo de radiação emitido por celulares não parece causar mudanças de nenhum tipo no DNA humano” - afirma o Dr. Siegel. “Entretanto, como celulares existem há menos de duas décadas e estão mudando constantemente, não se pode ter certeza sobre sua relação com o desenvolvimento de tumores no cérebro, principalmente em pessoas que fazem uso excessivo dele. As informações preliminares são boas, mas estudos de longo prazo são necessários”.

Telhados: a nova fronteira verde

VISADAS PARA COMBATE AO AQUECIMENTO DO PLANETA, IDÉIAS BENQUISTAS DE USOS ECOLÓGICOS PARA AS COBERTURAS DE EDIFÍCIOS PODEM AGRAVAR O PROBLEMA, CONCLUI NOVO ESTUDO


              Modificar o ambiente urbano é um ideal ambientalista constante, especialmente desde que se correlacionou o aumento da temperatura do planeta à atividade humana. Grandes centros densamente povoados, poluidores e desmatados, as cidades são caracterizadas como representantes da maneira errônea de uso dos recursos do planeta. Soluções que as tornariam mais “verdes” variam em complexidade e inventividade. Uma das mais bem vistas é a adaptação das coberturas de edifícios a fim de se mitigar o aquecimento global. Transformar os telhados em gramados ou pequenas hortas já é uma realidade, obrigatória em parte do mundo; pintá-los de branco é uma idéia conhecida, agora seriamente questionada.



              Copenhague, a capital dinamarquesa, pretende se tornar a primeira “capital neutra” no uso de carbono até 2025, e para isso seus legisladores voltaram os olhos para o alto. A cidade aprovou uma lei em junho que obriga novos telhados com menos de 30 graus de inclinação a receberem um carpete verde, composto principalmente por gramíneas. Espera-se que anualmente mais de 5 mil metros quadrados de áreas verdes sejam criados. Tal lei baseia-se na idéia de que “telhados verdes” trazem uma série de benefícios para o meio ambiente, como diminuir os custos de calefação e resfriamento do edifício, aumentar a vida útil dos telhados, melhor controlar o aproveitamento das águas de chuva e transformar dióxido de carbono em oxigênio.


              Pintar os telhados de branco também seria uma solução para diminuir a temperatura das cidades. A cor refletiria até 90% da radiação solar de volta ao espaço, auxiliando na conservação de energia e na diminuição do calor. O ganhador do Nobel de física de 1997 Steven Chu, atual ministro de Energia do governo norte-americano, defendeu a idéia logo após sua posse, em 2009. “Telhados frios são uma das maneiras mais rápidas e baratas de se reduzir nossas emissões globais de carbono e de se começar o duro trabalho de diminuir a mudança climática”, garantiu o ministro ao determinar que as coberturas de todos os prédios do Departamento de Energia fossem pintadas de branco. De acordo com Chu, caso 85% dos edifícios com ar-condicionado nos EUA tivessem seus tetos pintados de branco, economizar-se-iam 750 milhões de dólares anuais em energia elétrica. Seguindo o mesmo conceito, em agosto o grupo Greenpeace lançou a campanha “White is the new Green”, defendendo, através de fotomontagens com formato de animais, a pintura de telhados nesta cor.


               Todavia, as boas intenções de Chu e do Greenpeace podem, na realidade, piorar o aquecimento do planeta. Detalhado estudo de pesquisadores da universidade de Stanford [link] divulgado semana passada concluiu que pintar telhados de branco ajuda realmente a diminuir a temperatura das cidades, porém causa um acréscimo na temperatura geral da Terra. O fenômeno ocorreria uma vez que tais coberturas aumentam a estabilidade do ar, diminuindo o transporte vertical de umidade e energia para as nuvens, o que dificulta sua formação; havendo menos nuvens, maior radiação solar chega à Terra. Além disso, a maior quantidade de radiação refletida à atmosfera aumenta a absorção de energia por poluentes escuros, como carbono, o que também contribuiria para elevar a temperatura no planeta. “Não parece haver benefício em se investir em telhados brancos”, afirmou o principal autor do estudo. “A coisa mais importante [a se fazer] é reduzir emissões de poluentes que contribuem para o aquecimento global”, completou o pesquisador.

O Homem das Neves existe, garante governo russo

DINHEIRO DO CONTRIBUINTE RUSSO PATROCINA EXPEDIÇÃO INTERNACIONAL QUE ENCONTRA EM TEMPO RECORDE EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DO ABOMINÁVEL HOMEM DAS NEVES; COINCIDENTEMENTE, REGIÃO LUTA PARA SE TRANSFORMAR EM ESTÂNCIA TURÍSTICA

Apesar de inúmeros indícios que sugerem o contrário, ainda há crentes na existência do Yeti, ou Abominável Homem das Neves, hominídio peludo supostamente relacionado ao Homo neanderthalensis e que seria um dos elos perdidos da história evolutiva humana. Um desses é o governador da região de Kemerovo, na Sibéria. Seu gabinete convidou, no início do mês, pesquisadores russos, norte-americanos, canadenses, suecos, estonianos, chineses e mongóis para uma expedição científica em busca de evidências da existência do elusivo ser. E resultados já foram obtidos.

              Desde 1958, quando a Academia Soviética de Ciências partiu à caça de Yetis, não havia uma expedição científica deste tipo. Atualmente, acredita-se que dezenas de Homens das Neves morem na região, estimativa baseada no aumento de aparições registradas – que subiram três vezes em comparação a vinte anos atrás – e em “evidências” como galhos retorcidos, cabanas de paus e pegadas de até 35cm encontradas na neve.


               Novas “provas indisputáveis” dos monstros foram encontradas recentemente pela expedição internacional, de acordo com o governo da região russa. Segundo comunicado à imprensa, os cientistas descobriram pegadas, a cama dos Yetis, possivelmente pêlos e diversos “marcadores” com os quais os animais demarcam seu território. O material será ainda analisado por especialistas.

              A região russa da cidade de Kemerovo viveu seu ápice econômico à época da União Soviética, quando se transformou em importante centro de mineração e extração de carvão. Desde o colapso comunista, sua população praticamente não cresceu, ao contrário dos índices de desemprego. Atualmente, a solução encontrada pelo governo local a fim de combater o declínio econômico é transformar a cidade em destino turístico, fomentado pelo interesse no Homem das Neves. No comunicado à imprensa, declarou-se que se pretende criar um centro de estudos do Yeti na universidade local, além de um jornal científico dedicado à criatura legendária.

Histórico: campanha ambientalista explode crianças que se recusam a segui-la

VÍDEO QUE MOSTRA CRIANÇAS SENDO EXPLICITAMENTE EXPLODIDAS POR SE RECUSAREM A PARTICIPAR DE CAMPANHA CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL CAUSOU REVOLTA NA INTERNET; PRODUTORES DEFENDEM O CARÁTER “HUMORÍSTICO” DA PEÇA


Há exatamente um ano, foi ao ar uma das campanhas ambientalistas mais curtas, polêmicas e malfadadas dos últimos tempos. O vídeo intitulado “No Pressure”, produzido pelo grupo 10:10 de mitigação do aquecimento global, foi retirado de circulação poucas horas após a primeira exibição online. Neste ínterim, assustou o público, afastou investidores da campanha e se transformou em exemplo do caráter sinistro dos projetos ambientalistas, para quem os detrata.

              O vídeo pretendia divulgar a campanha 10:10, um projeto ambientalista de alçada global e apoiado pela ONU, que visa a diminuir as emissões de gás carbônico em 10% ao ano. O título, “sem pressão”, refere-se ao descompromisso com o qual governos e a sociedade tratam as propostas de combate ao aquecimento global. A peça publicitária foi produzida no Reino Unido e conta com a participação de estrelas do esporte e das artes – como a atriz Gillian Anderson, do seriado “Arquivo X” – em seu elenco, além de trilha sonora de Radiohead e roteiro escrito por Richard Curtis, famoso por filmes como “Quatro casamentos e um funeral” e “O diário de Bridget Jones”. Apesar da superprodução, o resultado foi catastrófico. O vídeo mostra cenas curtas nas quais a pessoas são ofertadas a chance de participar da campanha; caso elas mostrem desinteresse, são explodidas. Sangue e pedaços humanos voam em direção ao espectador. No primeiro esquete, as vítimas dos ambientalistas são crianças. Na última, a própria narradora do vídeo, Gillian Anderson.




              Tamanho mau gosto causou revolta na internet. Sites de notícias de todo o mundo foram taxativos ao condenar a peça e blogueiros ajudaram em sua divulgação e detração. Críticos do aquecimento global apontaram o vídeo como revelador das verdadeiras intenções dos movimentos verdes, e muitos ambientalistas inclusive sugeriram que se tratava de uma peça de “contra-propaganda”, realizada pelos céticos das mudança climáticas, dado seu caráter absurdo e violento.

               Sony, Kyocera e demais grupos e empresas retiraram seu apoio à campanha após a divulgação do vídeo. O grupo 10:10, ainda no dia 1 de outubro, apagou-o de sua conta do Youtube. No dia seguinte, publicou um texto em que debilmente se desculpava pela malfadada propaganda nos seguintes termos: “Muitas pessoas acharam o filme extremamente divertido, mas infelizmente algumas não, e nós sinceramente pedimos desculpas a todos que se sentiram ofendidos. (...) Na [campanha] 10:10 somos focados em tentar novas e criativas maneiras de fazer com que as pessoas tomem uma atitude em relação ao aquecimento global. Infelizmente neste caso nós erramos o alvo. Fazer o quê, vivendo e aprendendo.”