Escovar os dentes pode salvar seu cérebro

NO CASO DE PESQUISADORES ESTAREM FAZENDO AS CONTAS CERTAS, CUIDAR DA SAÚDE BUCAL PODE TRAZER MUITO MAIS BENEFÍCIOS À SAÚDE DO QUE O MERO COMBATE À CÁRIE E AO MAU HÁLITO, COMO REDUZIR OS RISCOS DE ENFARTOS E DERRAMES CEREBRAIS


Pesquisadores de Taiwan revelaram nesta semana que ter os dentes profissionalmente limpados reduz o risco de ataques cardíacos em 24% e o de derrames em 13%. O estudo foi realizado através da análise dos dados de 100 mil usuários do sistema de saúde do país, acompanhados por pelo menos sete anos. Apesar de um motivo factual para a correlação não ter sido oferecido, alguns cientistas teorizam que bactérias comumente causadoras de inflamações na gengiva e problemas dentários podem provocar infecções e inflamações crônicas no organismo, as quais contribuiriam para o endurecimento de artérias, motivo freqüente de derrames e ataques cardíacos.


Escovar os dentes, um gostoso e divertido hábito


Correlacionar a saúde bucal com a cardíaca e a cerebral pode parecer pouco ortodoxo, porém não se trata da primeira vez que associações do tipo são apresentadas. Ano passado, por exemplo, uma pesquisa britânica acompanhou 11,869 adultos escoceses durante oito anos e concluiu – apesar de também não fornecer as causas desta associação – que deixar de escovar os dentes duas vezes ao dia aumenta em 70% os chances de se ter doenças cardiovasculares. Apesar de estes estudos associativos serem publicados em respeitados periódicos científicos e receberem o aval de vários pesquisadores, poucos consideram seriamente seus resultados. O principal argumento contra tais pesquisas é que cometem uma falácia trivial ao correlacionarem efeitos a causas observacionais vagamente estabelecidas. Neste caso, ter uma saúde bucal ruim indicaria falta de cuidados higiênicos básicos e hábitos alimentares nocivos por parte da pessoa, os quais poderiam ser os reais causadores de problemas de saúde futuros.

         Alguns estudos tentam corrigir os dados a fim de não incorrerem nestes equívocos lógicos. A pesquisa taiwanesa analisou apenas indivíduos que não haviam sofrido ataques cardíacos e derrames, porém deixou de ajustar os dados para fatores de risco como obesidade, hipertensão, diabetes e consumo de cigarros. Todos estes fatores foram considerados, porém, no estudo bretão, e mesmo assim a correlação entre a saúde bucal e a cardíaca se manteve. Todavia, dúvidas quanto às conclusões persistem. No paper inglês, os próprios autores concluem que “a natureza causal da associação [entre higiene oral e doenças cardiovasculares] ainda deve ser determinada”. Em 2000, uma pesquisa que procurou por esta mesma associação buco-cardíaca acompanhou 8000 pessoas durante duas décadas e concluiu não haver correlação convincente alguma. A misteriosa ligação entre a saúde da boca e a de demais órgãos continua sendo, por enquanto, um exercício exótico de análise de dados.

A ponte aérea dos laptops

POLÊMICO PROJETO DE DESTRIBUIÇÃO DE COMPUTADORES PRETENDE LANÇAR LAPTOPS DE HELICÓPTEROS EM ZONAS POBRES E ESPERA QUE CRIANÇAS APRENDAM SOZINHAS A MEXER NAS MÁQUINAS

Nicholas Negroponte, professor do MIT e eminente visionário da tecnologia, afirmou no início do mês que sua associação One Laptop per Child distribuirá o mais recente modelo de seus computadores de maneira inusitada em regiões pobres do planeta. A idéia é arremessar os tablets XO-3, que suportam chuvas e quedas de até 9 metros, de helicóptero.  As crianças dos locais escolhidos para os lançamentos, público-alvo da associação, seriam capazes de aprender sozinhas a manejar o aparelho, garantiu Negroponte.

 O professor-empresário Nicholas Negroponte com o modelo XO-3

            A One Laptop per Child foi criada em 2005, à época com apoio de empresas de grande porte como Google, AMD e News Corp., com o intuito de vender computadores de baixo custo para países pobres, permitindo que as crianças do local adquiram contato com a tecnologia e possibilitando que elas sejam educadas de uma maneira moderna. 

Apesar dos mais de 2 milhões de laptops já vendidos, o projeto foi duramente criticado desde seu início. Representantes de governos de países em desenvolvimento argumentam que, em termos educacionais, é muito mais barato construir bibliotecas do que investir 100 dólares ou mais, por criança, no projeto de Negroponte. Além disso, educadores de todo o mundo são cautelosos ao equacionar acesso à tecnologia a melhorias de fato no conhecimento dos alunos. "Pais, professores e educadores estão certos em se preocupar com o tempo que a criança fica diante do computador, no caso de ele substituir experiências e atividades de aprendizado básicas", afirma Chip Donohue, diretor de ensino à distância no Erikson Institute, em Chicago. Nos Estados Unidos, até mesmo pré-escolas já colocam as crianças frente às máquinas. Se por um lado isto permite que os professores tenham maior facilidade em controlar a classe e repassar conteúdo, por outro os ganhos educacionais desta medida são incertos. 

Sugata Mitra, em apresentação no TED, analisa o experimento indiano de auto-aprendizado por crianças

Quando questionado sobre a utilidade de se arremessar computadores em locais nos quais não haverá professores qualificados ensinando as crianças a utilizar a tecnologia, Nicholas Negroponte referiu-se a um famoso experimento, realizado na Índia, que parece demonstrar que elas têm grande capacidade de aprender sozinhas a lidar com as máquinas. Porém, a dúvida se elas usarão os XO-3, sem orientação, com a finalidade de se educar, se mantém. “Talvez um irmão mais velho pegue para si [o tablet], use-o para pornografia – assim é a vida”, ameniza o empresário.

Últimos 100 anos foram os mais pacíficos da humanidade

SEGUNDO PSICÓLOGO, O ÚLTIMO SÉCULO FOI O MENOS VIOLENTO DA HISTÓRIA E SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA É APENAS UMA ILUSÃO

Em seu novo livro, o renomado psicólogo e professor da universidade de Harvard Steven Pinker afirma que os últimos 100 anos da história foram os mais pacíficos da humanidade. Mesmo após duas Guerras Mundias, responsáveis por mais de 65 milhões de mortes, o extermínio de 6 milhões de judeus no holocausto, diversas guerras civis e a violência urbana, Pinker alega que o mundo nunca foi tão pouco violento. Segundo o psicólogo, “as estimativas que temos sobre as mortes nos séculos anteriores, quando calculadas como uma proporção da população mundial daquele período, mostram que pelo menos nove atrocidades anteriores ao século XX parecem ser bem piores que a Segunda Guerra Mundial. Estamos falando do colapso de impérios, das invasões de tribos montadas, do tráfego de escravos e da aniquilação de povos nativos com inspiração religiosa. Nessa lista, a Primeira Guerra Mundial nem está entre os dez eventos de maior mortalidade da história”.

 Steven Pinker            

Utilizando idéias do filósofo britânico Thomas Hobbes, Pinker argumenta que a violência diminuiu devido ao surgimento de Estados, normas e regras que controlam o comportamento do homem. A disseminação da cultura, juntamente com processos de urbanização e aumento do comércio, teriam contribuído para a formação dos chamados “círculos de empatia”. Estes “círculos” tornariam mais fácil a empatia entre pessoas de diferentes crenças e etnias. Para sustentar sua hipótese, o pesquisador reuniu dados que mostram uma significativa queda no número de mortes a cada 100 mil habitantes ao longo da história, devido tanto a assassinatos quanto a guerras.


  O psicólogo ainda diz que a atual sensação de insegurança é uma ilusão, causada por nosso cérebro e influenciada pelas coberturas jornalísticas sensacionalistas de eventos violentos. “Estimamos a probabilidade de algo acontecer a partir da facilidade com que lembramos de casos semelhantes. Cenas de massacre são mais marcantes que as de pessoas morrendo de velhice. E hoje os massacres chegam até nós com enorme freqüência, por causa dos meios de comunicação”.

Críticos de Pinker sugerem que seus estudos são focados na Europa, continente mais pacífico do mundo, e que a violência em lugares como o Caribe, África e até mesmo em bairros pobres de grandes cidades estaria aumentando. Só no Brasil, mais de 230 mil pessoas foram assassinadas desde abril de 2007. Em defesa, Pinker argumenta, respaldado por sua tese, que estas áreas vivem sem a presença civilizatória do Estado.

Lavar as calças é ecologicamente desnecessário

FAMOSA MARCA DE CALÇAS JEANS CRIA CAMPANHA DE ECONOMIA DE ÁGUA NA QUAL SUGERE CONGELAR AS CALÇAS AO INVÉS DE LAVÁ-LAS, EVITANDO ASSIM O MAU CHEIRO


Preocupada com as conseqüências das mudanças climáticas, a empresa americana Levi Strauss adotou medidas curiosas para economizar água no processo de confecção de seus famosos jeans e no posterior uso das peças. Além de implementar novas técnicas nas plantações de algodão, a marca agora amacia seus produtos com pedras ao invés de água e sugere que seus clientes deixem de lavar suas calças.




Segunda a empresa, “os suprimentos de água potável no mundo todo estão diminuindo em taxas alarmantes”. Ela teme que racionamentos de água, causados pelas mudanças no clima do planeta, minem sua sobrevivência ao tornar o plantio do algodão caro demais. Em contrapartida, a companhia adotou medidas de economia de água nas plantações, como novas técnicas de irrigação e de coleta de água da chuva, além de programas de educação de agricultores no mundo inteiro, inclusive no Brasil [link para a campanha nacional]. 
 

As calças jeans da linha “Water<Less” da Levi’s utilizam cerca de 13 litros de água em sua confecção ao invés dos tradicionais 42 litros. As fibras do tecido são amaciadas utilizando-se pedras ao invés da tecnologia usual com água. Ainda assim, de acordo com a Levi Strauss, 21 litros d’água são utilizados a cada lavagem doméstica de calça jeans. Como não existe consenso sobre o período de tempo de uso de um jeans antes de lavá-lo, a sugestão da empresa é realizar uma lavagem a cada duas semanas, ou até mesmo não lavar as calças. A campanha ambientalista da Levi’s propõe em suas etiquetas que, a fim de economizar água potável, as calças não precisam ser enxaguadas; congelá-las no freezer de casa durante uma noite destruiria germes e bactérias tão eficientemente quanto uma custosa lavagem, além de eliminar odores desagradáveis. A marca concorrente GAP lançou recentemente um vídeo no qual sugere o mesmo procedimento, porém sem o viés verde, preferindo ressaltar que o congelamento ajuda a manter a cor e qualidade do tecido.

Em breve: O Inaudito Entrevista

Usar animais em pesquisas científicas é um tema polêmico. Hoje em dia ainda é necessário - e válido - matar camundongos, cachorros e macacos para tentar salvar vidas humanas? Seriam eles sadicamente torturados durante estes procedimentos, como vídeos ambientalistas tentam mostrar? Pode a humanidade sobreviver abdicando o uso de vidas animais?

A equipe d'O Inaudito sentou com a pesquisadora Ana Maria Guaraldo, do Departamento de Biologia Animal da Unicamp e presidente da Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade para uma conversa surpreendente, na qual grandes tabus sobre o tema são sistematicamente questionados. 

A primeira entrevista de O Inaudito estará em breve aqui no site. 

Novo estudo indica não haver relação entre uso de celular e desenvolvimento de câncer no cérebro

UMA NOVA PESQUISA REALIZADA POR CIENTISTAS DINAMARQUESES INDICA QUE O USO DE CELULARES NÃO CAUSA CÂNCER NO CÉREBRO, PORÉM EFEITOS DE LONGO PRAZO NÃO FORAM ANALISADOS E ESTUDOS ADICIONAIS SÃO NECESSÁRIOS

Os resultados do maior estudo já realizado sobre uso de celular e desenvolvimento de câncer no cérebro foram divulgados este mês e, após pesquisa com mais de 350 mil pessoas, os cientistas dinamarqueses responsáveis concluíram que não há correlação entre a radiação emitida pelo aparelho e a doença. Entretanto, há menos de seis meses, a Organização Mundial de Saúde havia concluído que celulares são possivelmente carcinogênicos. Críticos sugerem que o novo estudo não examinou os riscos a longo prazo, pois tumores cerebrais podem demorar décadas para se desenvolver.

Segundo o Dr. Mark Siegel, professor associado de medicina da Universidade de Nova Iorque (NYU), “o estudo foi realizado apenas por meio de observações e, independente de seu tamanho, ele não prova causa e efeito. Em outras palavras, não se está pegando um grupo de pessoas que usam celular e outro que não usa para comparar a incidência de câncer entre eles”.


O uso de celulares aumentou significativamente nos últimos anos, enquanto a incidência de tumores cerebrais não. Apesar do forte argumento, efeitos de longo prazo ainda não foram analisados. Na década de 30, por exemplo, diversas pesquisas indicavam que fumar cigarros não causava câncer, e na década seguinte novos estudos comprovaram o contrário.

“O tipo de radiação emitido por celulares não parece causar mudanças de nenhum tipo no DNA humano” - afirma o Dr. Siegel. “Entretanto, como celulares existem há menos de duas décadas e estão mudando constantemente, não se pode ter certeza sobre sua relação com o desenvolvimento de tumores no cérebro, principalmente em pessoas que fazem uso excessivo dele. As informações preliminares são boas, mas estudos de longo prazo são necessários”.

Telhados: a nova fronteira verde

VISADAS PARA COMBATE AO AQUECIMENTO DO PLANETA, IDÉIAS BENQUISTAS DE USOS ECOLÓGICOS PARA AS COBERTURAS DE EDIFÍCIOS PODEM AGRAVAR O PROBLEMA, CONCLUI NOVO ESTUDO


              Modificar o ambiente urbano é um ideal ambientalista constante, especialmente desde que se correlacionou o aumento da temperatura do planeta à atividade humana. Grandes centros densamente povoados, poluidores e desmatados, as cidades são caracterizadas como representantes da maneira errônea de uso dos recursos do planeta. Soluções que as tornariam mais “verdes” variam em complexidade e inventividade. Uma das mais bem vistas é a adaptação das coberturas de edifícios a fim de se mitigar o aquecimento global. Transformar os telhados em gramados ou pequenas hortas já é uma realidade, obrigatória em parte do mundo; pintá-los de branco é uma idéia conhecida, agora seriamente questionada.



              Copenhague, a capital dinamarquesa, pretende se tornar a primeira “capital neutra” no uso de carbono até 2025, e para isso seus legisladores voltaram os olhos para o alto. A cidade aprovou uma lei em junho que obriga novos telhados com menos de 30 graus de inclinação a receberem um carpete verde, composto principalmente por gramíneas. Espera-se que anualmente mais de 5 mil metros quadrados de áreas verdes sejam criados. Tal lei baseia-se na idéia de que “telhados verdes” trazem uma série de benefícios para o meio ambiente, como diminuir os custos de calefação e resfriamento do edifício, aumentar a vida útil dos telhados, melhor controlar o aproveitamento das águas de chuva e transformar dióxido de carbono em oxigênio.


              Pintar os telhados de branco também seria uma solução para diminuir a temperatura das cidades. A cor refletiria até 90% da radiação solar de volta ao espaço, auxiliando na conservação de energia e na diminuição do calor. O ganhador do Nobel de física de 1997 Steven Chu, atual ministro de Energia do governo norte-americano, defendeu a idéia logo após sua posse, em 2009. “Telhados frios são uma das maneiras mais rápidas e baratas de se reduzir nossas emissões globais de carbono e de se começar o duro trabalho de diminuir a mudança climática”, garantiu o ministro ao determinar que as coberturas de todos os prédios do Departamento de Energia fossem pintadas de branco. De acordo com Chu, caso 85% dos edifícios com ar-condicionado nos EUA tivessem seus tetos pintados de branco, economizar-se-iam 750 milhões de dólares anuais em energia elétrica. Seguindo o mesmo conceito, em agosto o grupo Greenpeace lançou a campanha “White is the new Green”, defendendo, através de fotomontagens com formato de animais, a pintura de telhados nesta cor.


               Todavia, as boas intenções de Chu e do Greenpeace podem, na realidade, piorar o aquecimento do planeta. Detalhado estudo de pesquisadores da universidade de Stanford [link] divulgado semana passada concluiu que pintar telhados de branco ajuda realmente a diminuir a temperatura das cidades, porém causa um acréscimo na temperatura geral da Terra. O fenômeno ocorreria uma vez que tais coberturas aumentam a estabilidade do ar, diminuindo o transporte vertical de umidade e energia para as nuvens, o que dificulta sua formação; havendo menos nuvens, maior radiação solar chega à Terra. Além disso, a maior quantidade de radiação refletida à atmosfera aumenta a absorção de energia por poluentes escuros, como carbono, o que também contribuiria para elevar a temperatura no planeta. “Não parece haver benefício em se investir em telhados brancos”, afirmou o principal autor do estudo. “A coisa mais importante [a se fazer] é reduzir emissões de poluentes que contribuem para o aquecimento global”, completou o pesquisador.

O Homem das Neves existe, garante governo russo

DINHEIRO DO CONTRIBUINTE RUSSO PATROCINA EXPEDIÇÃO INTERNACIONAL QUE ENCONTRA EM TEMPO RECORDE EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DO ABOMINÁVEL HOMEM DAS NEVES; COINCIDENTEMENTE, REGIÃO LUTA PARA SE TRANSFORMAR EM ESTÂNCIA TURÍSTICA

Apesar de inúmeros indícios que sugerem o contrário, ainda há crentes na existência do Yeti, ou Abominável Homem das Neves, hominídio peludo supostamente relacionado ao Homo neanderthalensis e que seria um dos elos perdidos da história evolutiva humana. Um desses é o governador da região de Kemerovo, na Sibéria. Seu gabinete convidou, no início do mês, pesquisadores russos, norte-americanos, canadenses, suecos, estonianos, chineses e mongóis para uma expedição científica em busca de evidências da existência do elusivo ser. E resultados já foram obtidos.

              Desde 1958, quando a Academia Soviética de Ciências partiu à caça de Yetis, não havia uma expedição científica deste tipo. Atualmente, acredita-se que dezenas de Homens das Neves morem na região, estimativa baseada no aumento de aparições registradas – que subiram três vezes em comparação a vinte anos atrás – e em “evidências” como galhos retorcidos, cabanas de paus e pegadas de até 35cm encontradas na neve.


               Novas “provas indisputáveis” dos monstros foram encontradas recentemente pela expedição internacional, de acordo com o governo da região russa. Segundo comunicado à imprensa, os cientistas descobriram pegadas, a cama dos Yetis, possivelmente pêlos e diversos “marcadores” com os quais os animais demarcam seu território. O material será ainda analisado por especialistas.

              A região russa da cidade de Kemerovo viveu seu ápice econômico à época da União Soviética, quando se transformou em importante centro de mineração e extração de carvão. Desde o colapso comunista, sua população praticamente não cresceu, ao contrário dos índices de desemprego. Atualmente, a solução encontrada pelo governo local a fim de combater o declínio econômico é transformar a cidade em destino turístico, fomentado pelo interesse no Homem das Neves. No comunicado à imprensa, declarou-se que se pretende criar um centro de estudos do Yeti na universidade local, além de um jornal científico dedicado à criatura legendária.

Histórico: campanha ambientalista explode crianças que se recusam a segui-la

VÍDEO QUE MOSTRA CRIANÇAS SENDO EXPLICITAMENTE EXPLODIDAS POR SE RECUSAREM A PARTICIPAR DE CAMPANHA CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL CAUSOU REVOLTA NA INTERNET; PRODUTORES DEFENDEM O CARÁTER “HUMORÍSTICO” DA PEÇA


Há exatamente um ano, foi ao ar uma das campanhas ambientalistas mais curtas, polêmicas e malfadadas dos últimos tempos. O vídeo intitulado “No Pressure”, produzido pelo grupo 10:10 de mitigação do aquecimento global, foi retirado de circulação poucas horas após a primeira exibição online. Neste ínterim, assustou o público, afastou investidores da campanha e se transformou em exemplo do caráter sinistro dos projetos ambientalistas, para quem os detrata.

              O vídeo pretendia divulgar a campanha 10:10, um projeto ambientalista de alçada global e apoiado pela ONU, que visa a diminuir as emissões de gás carbônico em 10% ao ano. O título, “sem pressão”, refere-se ao descompromisso com o qual governos e a sociedade tratam as propostas de combate ao aquecimento global. A peça publicitária foi produzida no Reino Unido e conta com a participação de estrelas do esporte e das artes – como a atriz Gillian Anderson, do seriado “Arquivo X” – em seu elenco, além de trilha sonora de Radiohead e roteiro escrito por Richard Curtis, famoso por filmes como “Quatro casamentos e um funeral” e “O diário de Bridget Jones”. Apesar da superprodução, o resultado foi catastrófico. O vídeo mostra cenas curtas nas quais a pessoas são ofertadas a chance de participar da campanha; caso elas mostrem desinteresse, são explodidas. Sangue e pedaços humanos voam em direção ao espectador. No primeiro esquete, as vítimas dos ambientalistas são crianças. Na última, a própria narradora do vídeo, Gillian Anderson.




              Tamanho mau gosto causou revolta na internet. Sites de notícias de todo o mundo foram taxativos ao condenar a peça e blogueiros ajudaram em sua divulgação e detração. Críticos do aquecimento global apontaram o vídeo como revelador das verdadeiras intenções dos movimentos verdes, e muitos ambientalistas inclusive sugeriram que se tratava de uma peça de “contra-propaganda”, realizada pelos céticos das mudança climáticas, dado seu caráter absurdo e violento.

               Sony, Kyocera e demais grupos e empresas retiraram seu apoio à campanha após a divulgação do vídeo. O grupo 10:10, ainda no dia 1 de outubro, apagou-o de sua conta do Youtube. No dia seguinte, publicou um texto em que debilmente se desculpava pela malfadada propaganda nos seguintes termos: “Muitas pessoas acharam o filme extremamente divertido, mas infelizmente algumas não, e nós sinceramente pedimos desculpas a todos que se sentiram ofendidos. (...) Na [campanha] 10:10 somos focados em tentar novas e criativas maneiras de fazer com que as pessoas tomem uma atitude em relação ao aquecimento global. Infelizmente neste caso nós erramos o alvo. Fazer o quê, vivendo e aprendendo.”

Novo atlas é lançado com erro grosseiro e deixa cientistas “indignados”

ÚLTIMA EDIÇÃO DE RESPEITADO ATLAS MOSTRA DERRETIMENTO DE 15% DAS CAMADAS DE GELO DA GROENLÂNDIA, NÚMERO 150 VEZES MAIOR QUE O REAL; CIENTISTAS “INDIGNADOS” CRITICAM O GRAVE ERRO E TEMEM POR SUA DIVULGAÇÃO COMO EVIDÊNCIA CIENTÍFICA  

Na última semana, a nova versão do livro “The Times Comprehensive Atlas of the World” (Abrangente Atlas do Mundo do The Times, em tradução livre) foi lançada com um grosseiro erro logo identificado por glaciologistas. A publicação, da editora HarperCollins em nome do jornal londrino The Times, mostra em seus mapas a Groenlândia com uma perda de 15% de sua camada de gelo nos últimos 12 anos devido ao aquecimento global. Uma área equivalente ao do Reino Unido somada à da Irlanda foi retratada no mapa como “verde”, quando na verdade ainda está coberta de gelo.

“É um erro muito ruim de mapeamento”, diz a especialista em geleiras Liz Morris do Instituto de Pesquisas Polares Scott (SPRI), da Universidade de Cambridge. Caso os 15% do gelo tivessem derretido, o nível dos mares teria subido em 1 metro. “Isso obviamente não aconteceu”, ela afirma. Os 15% de derretimento apresentado nos mapas do Atlas é 150 vezes maior do que o gelo que de fato derreteu, ou seja, apenas 0,1% das geleiras da Groenlândia foram perdidas ao longo dos últimos 12 anos. Esta diferença é tão pequena que não apareceria em mapas da mesma resolução dos mostrados no Atlas.

Morris revela sua preocupação de que o erro seja visto como evidência de cientistas exagerando os efeitos do aquecimento global. “Este foi um erro por parte de um cartógrafo, não um cientista, e foi agravado pela publicidade. Assim que cientistas o viram, ficaram absolutamente indignados. (...) Estamos muito nervosos, pois foi um erro estúpido. Porém, podem dizer que cientistas afirmaram isso, e não é verdade”.


Mapa do Atlas (esquerda) mostra 15% de derretimento de gelo; mapa publicado pela NSIDC (direita) mostra apenas a camada mais espessa de gelo e pode ter sido mal interpretado


Um representante da HarperCollins disse ter recebido esse e “muitos outros dados precisos”   do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC), e acrescentou que os 15% de recuo na camada de gelo, ocorridos desde a edição lançada em 1999, foi resultado do aquecimento global.

Um mapa divulgado em 2001 pela NSIDC mostrando a extensão da camada mais central e espessa de gelo da Groenlândia foi a provável fonte do erro. O mapa não mostrava as camadas periféricas de gelo, e os cartógrafos do Atlas provavelmente o tiraram de contexto. “Infelizmente, a NSIDC não foi contatada”, diz Ted Scambos, principal cientista da NSIDC. “Não apenas poderíamos ter ajudado, como muitos grupos poderiam ter percebido [o erro] imediatamente”. 

Sheena Barclay, diretora da Collins Bartholomew, disse que está esperando resposta do editor do Atlas, Jethro Lennox, para tomar providências. Contudo, ela defende o número de 15%, que diz ter sido obtido a partir de comparações entre dados de 1999 e 2011. Ainda segundo Barclay, a introdução do Atlas explica o problema do derretimento de calotas de gelo e ressalta que mais estudos precisam ser realizados.

Ivar Giaever abandona a Associação Americana de Física

GANHADOR DO NOBEL SE DESVINCULA DE UMA DAS MAIS IMPORTANTES ASSOCIAÇÕES DE FÍSICOS DO MUNDO DEVIDO ÀS POSIÇÕES ANTI-CIENTÍFICAS DA ENTIDADE EM RELAÇÃO AO AQUECIMENTO GLOBAL.


A Associação Americana de Física (APS) acaba de perder um dos seus mais valiosos membros. Ivar Giaever, prêmio Nobel de física de 1973, cancelou seus laços com o grupo, afirmando que “não conseguia viver” com a declaração oficial da APS de que é “incontestável” que o aquecimento global esteja ocorrendo.

Na APS é ok discutir se a massa do próton muda com o tempo e como um multi-universo se comporta, mas a evidência do aquecimento global é incontestável?” – argüiu Ivar no e-mail no qual anuncia sua saída. 

Ivar Giaever

A repulsa do cientista não é novidade para a APS, segunda maior associação de físicos do planeta, com mais de 46 mil membros e editora de alguns dos jornais mais importantes da área. A declaração oficial questionada no e-mail, divulgada em 2007, gerou calorosas discussões, uma vez que o termo “incontestável” não se adequa ao método científico. À época, a APS se negou a retificá-lo. Porém, devido à pressão de membros, incluiu um adendo em 2010 no qual assume que “a palavra “incontestável” [...] é raramente utilizada na ciência, uma vez que, por sua própria natureza, a ciência questiona idéias prevalecentes. Os dados observacionais indicam um aquecimento global da superfície de 0.74 °C (+/- 0.18 °C) desde o final do século 19)”.  Mesmo após a demissão de Giaever, a associação não reverá o uso do termo. Outros cientistas de renome também haviam cancelado sua filiação com a entidade em vista do seu posicionamento invariável em relação ao aquecimento do planeta.

Ainda no e-mail, o doutor Giaever, que já classificou o aquecimento global como uma “nova religião”, questiona a validade da argumentação da APS em relação às mudanças climáticas. “A afirmação (...) é que a temperatura variou de ~288.0 para ~288.8 graus Kelvin em cerca de 150 anos, o que (caso verdadeira) significa para mim que a temperatura tem se mantido incrivelmente estável, e tanto a saúde quanto a felicidade humana definitivamente melhoraram neste período de “aquecimento””.

Fraude, foto utilizada por Al Gore para denunciar aquecimento global tem sua história revelada

 A MUNDIALMENTE FAMOSA FOTO SÍMBOLO DO AQUECIMENTO GLOBAL, UTLIZADA POR AL GORE E DIVULGADA EM INÚMEROS JORNAIS COMO EVIDÊNCIA DE DERRETIMENTO DE CALOTAS POLARES, FOI TIRADA NO VERÃO E DIFICILMENTE ESTÁ RELACIONADA COM MUDANÇAS CLIMÁTICAS.


“Seu habitat está derretendo...lindos animais literalmente forçados para fora do planeta. Eles estão em apuros, não têm para onde ir.” Estas foram as palavras de Al Gore, em seminário sobre aquecimento global, ao mostrar a famosa foto de dois ursos polares em um pequeno pedaço de gelo. O laureado do prêmio Nobel da Paz de 2007, porém, cometia um grave erro em sua afirmação. Não apenas sabemos que os ursos polares não estão em apuros, pois o número de indivíduos de sua espécie vêm aumentando significativamente nas últimas décadas, como também sabemos que a foto utilizada em sua apresentação não representa e não está relacionada com o aquecimento global. 




Em reportagem para o programa “Media Watch”, do canal ABC da Austrália, Amanda Byrd, responsável por tirar a foto usada por Gore, revela como a imagem chegou nas mãos da mídia e foi mal interpretada. Byrd, estudante australiana de biologia marinha, diz que a foto havia sido tirada dois anos e meio antes de ganhar espaço na mídia como símbolo do aquecimento global. A foto foi tirada em uma viajem ao Alasca durante o verão, estação na qual ocorre um derretimento normal de calotas polares todos os anos. “Eles não pareciam estar em perigo.(...) Eu não vi os ursos subindo nem descendo do gelo (...) e não há como dizer se eles estavam presos ou não.” - diz a estudante de biologia, que ainda realça não achar sua foto necessariamente relacionada com o aquecimento global e nem prova que ele está ocorrendo.

A trajetória da foto começou quando Byrd a compartilhou com o seu companheiro de viajem Dan Crosbie. Crosbie então cedeu a imagem para a divisão marítima e glacial do Departamento de Meio Ambiente canadense, o Canadian Ice Service, que por sua vez cedeu a imagem para a Environment Canada. Esta última instituição distribuiu a foto para sete agências da mídia, incluindo a Associated Press (AP).


 


A AP divulgou a imagem somente dois anos e meio depois, justamente no dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um grande relatório sobre aquecimento global. A foto chegou a sair na capa do New York Times, e também foi manchete em outros importantes jornais como o Herald Tribune, os londrinos Daily Mail e The Times e o canadense Ottawa Citizen. O jornal australiano Sunday Telegraph lançou a foto juntamente com uma matéria que dizia: “Eles se equilibram de modo precário ao topo do que sobrou do gelo, sua frágil sustentação o símbolo perfeito da tragédia do aquecimento global. Tirada por ambientalistas canadenses, a foto mostra um par de ursos polares presos em pequenos pedaços de gelo.” O editor do jornal Neil Breen afirma ter recebido a foto da AP e que, segundo eles, a foto representava o derretimento de calotas polares relacionada ao aquecimento global. A AP também teria dito à Breen que não haveria motivos para dúvidas sobre a veracidade da foto, pois ela havia sido tirada por autoridades do Canadian Ice Service.

Após a fraude ser revelada, o jornal canadense National Post publicou a seguinte declaração em matéria sobre a foto de Byrd: “Precisa-se manter em mente que os ursos não correm perigo algum. Esta é a imagem perfeita para representar mudanças climáticas...têm-se a impressão que eles estão no meio do oceano e que vão morrer...porém eles não estão longe da costa e seria possível para eles nadarem de volta...eles ainda estão vivos e se divertindo.”

Número de ursos polares cresce, assusta nativos e preocupa ambientalistas

Desde meados da década de 80 até hoje, o número de ursos polares aumentou em 400%, de acordo com relatório do governo canadense. O dado corrobora a opinião de populações nativas do Canadá, o país que mais abriga a espécie, segundo as quais as estimativas catastrofistas que colocam os ursos na lista de animais ameaçados de extinção não encontram respaldo na realidade cotidiana de quem convive com estes animais. 

Ao contrário dos nativos, estimativas de ONGs e grupos ambientalistas indicam que as populações de ursos polares estão em rápido declínio, conseqüência da caça e do aquecimento global. O argumento é de que a emissão de CO2 pelos humanos e a decorrente amplificação do efeito estufa contribuem para diminuir as áreas geladas nas quais os ursos habitam e se alimentam, o que promove intensa competição por uma oferta de comida reduzida. De acordo com estes grupos, as previsões de aumento de temperatura global nas próximas décadas indicam ser crítica a situação destes mamíferos.




Os ursos polares tornaram-se ultimamente um grave problema para os inuítes, habitantes aborígenes do território de Nunavut, na região ártica do Canadá. Nos últimos anos, as incidências de invasões de propriedades e parques pelos animais cresceu, e famílias que passam as férias na região agora levam armas ou contratam caçadores para se protegerem da ameaça branca de meia tonelada. Os inuítes, povo caçador, pedem que o governo canadense aumente as cotas de caça aos ursos polares, uma vez que as recentes invasões a cidades do território, evento raramente registrado, seriam prova de que as populações dos animais estão crescendo abusivamente. 

Grupos ambientalistas não concordam com os dados do governo canadense e com as observações in loco dos nativos. Segundo eles, é natural que ursos polares comecem a surgir em áreas mais ao sul de onde antes viviam, já que seu habitat natural, as geleiras ao norte do continente, está sendo consumido pelo aquecimento global. “Estamos cientes de que há mudanças nos padrões climáticos, mas não estão afetando a vida dos animais”, garante Harry Flaherty, líder da Comissão Administrativa da Vida Selvagem de Nunavut. “Ursos polares caçam nas regiões de banquisas (placas de gelo flutuantes), em gelo recém-formado, e nos fiordes em busca de filhotes de foca. Eles não caçam nas geleiras (regiões de gelo acumulado durante várias épocas)”.