Histórico: campanha ambientalista explode crianças que se recusam a segui-la

VÍDEO QUE MOSTRA CRIANÇAS SENDO EXPLICITAMENTE EXPLODIDAS POR SE RECUSAREM A PARTICIPAR DE CAMPANHA CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL CAUSOU REVOLTA NA INTERNET; PRODUTORES DEFENDEM O CARÁTER “HUMORÍSTICO” DA PEÇA


Há exatamente um ano, foi ao ar uma das campanhas ambientalistas mais curtas, polêmicas e malfadadas dos últimos tempos. O vídeo intitulado “No Pressure”, produzido pelo grupo 10:10 de mitigação do aquecimento global, foi retirado de circulação poucas horas após a primeira exibição online. Neste ínterim, assustou o público, afastou investidores da campanha e se transformou em exemplo do caráter sinistro dos projetos ambientalistas, para quem os detrata.

              O vídeo pretendia divulgar a campanha 10:10, um projeto ambientalista de alçada global e apoiado pela ONU, que visa a diminuir as emissões de gás carbônico em 10% ao ano. O título, “sem pressão”, refere-se ao descompromisso com o qual governos e a sociedade tratam as propostas de combate ao aquecimento global. A peça publicitária foi produzida no Reino Unido e conta com a participação de estrelas do esporte e das artes – como a atriz Gillian Anderson, do seriado “Arquivo X” – em seu elenco, além de trilha sonora de Radiohead e roteiro escrito por Richard Curtis, famoso por filmes como “Quatro casamentos e um funeral” e “O diário de Bridget Jones”. Apesar da superprodução, o resultado foi catastrófico. O vídeo mostra cenas curtas nas quais a pessoas são ofertadas a chance de participar da campanha; caso elas mostrem desinteresse, são explodidas. Sangue e pedaços humanos voam em direção ao espectador. No primeiro esquete, as vítimas dos ambientalistas são crianças. Na última, a própria narradora do vídeo, Gillian Anderson.




              Tamanho mau gosto causou revolta na internet. Sites de notícias de todo o mundo foram taxativos ao condenar a peça e blogueiros ajudaram em sua divulgação e detração. Críticos do aquecimento global apontaram o vídeo como revelador das verdadeiras intenções dos movimentos verdes, e muitos ambientalistas inclusive sugeriram que se tratava de uma peça de “contra-propaganda”, realizada pelos céticos das mudança climáticas, dado seu caráter absurdo e violento.

               Sony, Kyocera e demais grupos e empresas retiraram seu apoio à campanha após a divulgação do vídeo. O grupo 10:10, ainda no dia 1 de outubro, apagou-o de sua conta do Youtube. No dia seguinte, publicou um texto em que debilmente se desculpava pela malfadada propaganda nos seguintes termos: “Muitas pessoas acharam o filme extremamente divertido, mas infelizmente algumas não, e nós sinceramente pedimos desculpas a todos que se sentiram ofendidos. (...) Na [campanha] 10:10 somos focados em tentar novas e criativas maneiras de fazer com que as pessoas tomem uma atitude em relação ao aquecimento global. Infelizmente neste caso nós erramos o alvo. Fazer o quê, vivendo e aprendendo.”