Novo estudo indica não haver relação entre uso de celular e desenvolvimento de câncer no cérebro

UMA NOVA PESQUISA REALIZADA POR CIENTISTAS DINAMARQUESES INDICA QUE O USO DE CELULARES NÃO CAUSA CÂNCER NO CÉREBRO, PORÉM EFEITOS DE LONGO PRAZO NÃO FORAM ANALISADOS E ESTUDOS ADICIONAIS SÃO NECESSÁRIOS

Os resultados do maior estudo já realizado sobre uso de celular e desenvolvimento de câncer no cérebro foram divulgados este mês e, após pesquisa com mais de 350 mil pessoas, os cientistas dinamarqueses responsáveis concluíram que não há correlação entre a radiação emitida pelo aparelho e a doença. Entretanto, há menos de seis meses, a Organização Mundial de Saúde havia concluído que celulares são possivelmente carcinogênicos. Críticos sugerem que o novo estudo não examinou os riscos a longo prazo, pois tumores cerebrais podem demorar décadas para se desenvolver.

Segundo o Dr. Mark Siegel, professor associado de medicina da Universidade de Nova Iorque (NYU), “o estudo foi realizado apenas por meio de observações e, independente de seu tamanho, ele não prova causa e efeito. Em outras palavras, não se está pegando um grupo de pessoas que usam celular e outro que não usa para comparar a incidência de câncer entre eles”.


O uso de celulares aumentou significativamente nos últimos anos, enquanto a incidência de tumores cerebrais não. Apesar do forte argumento, efeitos de longo prazo ainda não foram analisados. Na década de 30, por exemplo, diversas pesquisas indicavam que fumar cigarros não causava câncer, e na década seguinte novos estudos comprovaram o contrário.

“O tipo de radiação emitido por celulares não parece causar mudanças de nenhum tipo no DNA humano” - afirma o Dr. Siegel. “Entretanto, como celulares existem há menos de duas décadas e estão mudando constantemente, não se pode ter certeza sobre sua relação com o desenvolvimento de tumores no cérebro, principalmente em pessoas que fazem uso excessivo dele. As informações preliminares são boas, mas estudos de longo prazo são necessários”.